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15out2022Sábado, 15 de outubro de 2022 – 21h30; 
Funchal, Sé; 


João Vaz, órgão; 
André Ferreira, órgão de coro; 
Ensemble Ars Lusitana
Isaac Alonso de Molina, direção; 


Flores de Música (1620) – Música no tempo de Manuel Rodrigues Coelho

Com mais de quinhentas páginas, Flores de musica, do português Manuel Rodrigues Coelho é uma das mais extensas partituras para tecla impressas no século XVII. As obras litúrgicas de Coelho são interpretadas neste concerto numa recriação da liturgia da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria, tal como seria realizada em Portugal no início de seiscentos. As peças de órgão são apresentadas lado a lado com cantochão e obras polifónicas de alguns dos mais destacados compositores ibéricos do seu tempo.


ANTÓNIO CARREIRA (c.1530-c.1594)
Fantasia sexti toni
(Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, MM 242)

ANÓNIMO (c.1580)
Deus in adiutorium [a 4]
(Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, MM 44, c.1580)

CANTOCHÃO
Antífona «Assumpta est Maria»
(Arquivo da Sé de Braga, Ms 28, c.1500-1525)

FABORDÓN DEL SÉPTIMO TONO
Salmo «Dixit Dominus»
alternado com
MANUEL RODRIGUES COELHO
Versos do 7º tom
(Flores de música, 1620)

ANTÓNIO DE RIBERA (fl.1520-1527)
Motete in loco antiphona: «Ave Maria»
(Biblioteca Nacional de Portugal, CIC 60, c. 1570)

CANTOCHÃO
Antífona «Pulchra es et decora»
(Arquivo da Sé de Braga, Ms28, c.1500-1525)

FABORDÓN DEL PRIMER TONO
Salmo «Lauda Jerusalem»
alternado com
MANUEL RODRIGUES COELHO
Versos do 1º tom
(Flores de música, 1620)

ANÓNIMO
Motete in loco antiphona: «Hodie Beata Virgo Maria»
(Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, MM32, c.1540-1555)

ANÓNIMO (c.1575-d.1630)
Ave Maris Stella [a 4]
(Arquivo Distrital de Viseu, Vesperal de 1627)
alternado com
MANUEL RODRIGUES COELHO
Ave maris stella sobre o cantochão
(Flores de música, 1620)

CANTOCHÃO
Antífona «Hodie Maria Virgo»
(Arquivo da Sé de Braga, Ms28, c.1500-1525)

MANUEL RODRIGUES COELHO
Versos do 8º tom para se cantarem ao órgão
(Flores de música, 1620)
alternados com Magnificat (cantochão)

PEDRO DE CRISTO (c.1545-1618)
Motete in loco antiphona: «Ave Maria» – [a 8]
(Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, MM18, c.1610-1620)


João Vaz, órgão
André Ferreira, órgão de coro

ARS LUSITANA
Maria Bayley, tiple
Isaac Alonso de Molina, alto, direcção
Marcello Mazzetti, tenor
David Alonso Molina, baixo


JoaoVaz2022João Vaz

Natural de Lisboa, João Vaz é diplomado em Órgão pela Escola Superior de Música de Lisboa, sob a orientação de Antoine Sibertin-Blanc, e pelo Conservatorio Superior de Música de Aragón, em Saragoça, onde estudou com José Luis González Uriol, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. É também doutorado em Música e Musicologia pela Universidade de Évora, tendo defendido, sob a orientação de Rui Vieira Nery, uma tese sobre a música portuguesa para órgão no final do Antigo Regime. Tem mantido uma intensa actividade a nível internacional, como concertista, musicólogo, docente em cursos de aperfeiçoamento organístico e membro de júri de concursos de interpretação. Efectuou mais de uma dezena de gravações discográficas a solo, salientando-se as efectuadas em órgãos históricos portugueses. Lecciona actualmente Órgão na Escola Superior de Música de Lisboa. É director artístico do Festival de Órgão da Madeira, do Festival Internacional de Órgão de Mafra e das séries de concertos que se realizam nos seis órgãos da Basílica do Palácio Nacional de Mafra (de cujo restauro foi consultor permanente) e no órgão histórico da Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa (instrumento cuja titularidade assumiu em 1997). Em 2017 foi agraciado com a Medalha de Honra do Município de Mafra.


AndreFerreira2022André Ferreira

André Ferreira é licenciado em Órgão pelo Real Conservatório de Amesterdão, onde estudou com Jacques van Oortmerssen, tendo igualmente a oportunidade de trabalhar com Pieter van Dijk. Concluiu o mestrado em Órgão na Escola Superior de Música de Lisboa (ESML), sob a orientação de João Vaz. Presentemente, é doutorando em Musicologia na Universidade Nova de Lisboa. Iniciou os seus estudos de órgão com António Esteireiro no Instituto Gregoriano de Lisboa, continuando posteriormente com Jos van der Kooy no Conservatório de Haia. O gosto pela Música Antiga levou-o ao estudo de oboé barroco, com Maria Petrescu, sendo presentemente aluno de licenciatura da classe de Pedro Castro, na ESML. Como solista ou integrado em diversos agrupamentos musicais, já efetuou recitais em Portugal, Espanha, Itália e Holanda. Colabora como organista com a Paróquia de São Tomás de Aquino e com a Paróquia de Santa Maria de Belém (Mosteiro dos Jerónimos) em Lisboa. No ano lectivo 2016/2017 lecionou no Conservatório Regional de Ponta Delgada, Açores. É professor de Órgão no Conservatório de Música de Mafra. É licenciado em Matemática Aplicada e Computação pelo Instituto Superior Técnico.


ArsLusitana2022Ensemble Ars Lusitana

Ars Lusitana é um ensemble de constituição variável dedicado à investigação e recuperação do património musical português. Fundado em 2011 por Maria Bayley, o ensemble propõe um diálogo directo com as fontes: uma investigação inicial que visa trazer à luz música pouco conhecida ou negligenciada, passando pela investigação de contextos, métodos pedagógicos históricos e, sempre que possível, a leitura directamente das fontes musicais; e terminando na performance em concerto de música portuguesa, por vezes apresentada em paralelo com repertórios contemporâneos de outros países europeus. Ars Lusitana apresentou-se em concerto em vários países, em festivais como o ciclo Música Antica da Camera (Voorschoten, Países Baixos), o ciclo de Música Antiga da Catedral de Valência (Espanha), o ciclo "Art et Leonhard" (Basileia, Suíça), o ciclo Sons Antigos a Sul (Lagos, Portugal), entre outros. Apresentou programas variados, tendo feito a sua estreia no âmbito do 400º aniversário da morte de Tomás Luis de Victoria (c.1548-1611), interpretando o seu Ofício de Defuntos, e contrastando com programas camerísticos, incluindo intabulações e madrigais portugueses, espanhóis e italianos. O ensemble tem também como missão desenvolver actividades pedagógicas, tendo realizado dois workshops em Portugal (Lisboa e Lagos) centrados em música renascentista - um sobre a missa Sine Nomine de Pedro de Escobar (c.1465-d.1535), e o outro sobre o Ofício de Defuntos do mesmo autor.


IsaacAlonsoMolina2022Isaac Alonso de Molina

Isaac Alonso de Molina é professor no Conservatório Real de Haia (ensinando disciplinas de carácter prático ao teclado e vocal do ramo central da licenciatura e mestrado em música antiga, desde a Alta Idade Média ao período Barroco), e fundador e director do ensemble La Academia de los Nocturnos (centrado em música espanhola renascentista e barroca). Depois de uma ampla formação em música clássica, obtendo licenciaturas no Conservatório de Valência em quatro diferentes áreas (piano, violoncelo, música de câmara e teoria da música), mudou-se para Haia (Países Baixos) para estudar música antiga em 2007. Licenciou-se em cravo com Jacques Ogg e obteve um mestrado em técnicas de direcção históricas (maestro di cappella / maestro al cembalo), sob a orientação de professores como Peter van Heyghen, Fabio Bonizzoni e Ton Koopman. Colabora frequentemente com ensembles tais como Cantores Sancti Gregorii, La Danserye e Ars Lusitana. Presentemente, encontra-se a desenvolver métodos de ensino historicamente informados e estratégias de aprendizagem, de forma a que os alunos possam adquirir um leque de competências tais como as esperadas de um músico no passado. Ensina no Curso de Música Antiga de Urbino desde 2019, e no Curso de Música Antiga de Pastrana organizado pela Academia de Polifonia Espanhola desde 2018.