
Quarta, 23 de outubro, 21h30
Igreja de São Martinho
Johannes Landgren: órgão
Håkan Lewin: Saxofone alto
Durante 2013, um projeto colaborativo será executado pelas organizações Music Against Violence (MAV) em Gotemburgo e Safe Youth Future (SYF) em Gaza. O trio Lewin-Landgren-Björänge, representando a MAV, tocará junto com instrumentistas e cantores da escola de música de Gaza, que faz parte da Universidade Beir Zeit – Instituto Edward Said para a Música. Em sítios diversos em Gaza e na Cisjordânia terá lugar o concerto “Gaza singing for Peace”. O projecto começa em Março de 2013, quando o trio sueco faz a sua primeira visita a Gaza. Há ainda planos, através da SYF, de expandir o projeto para o Egipto. Dentro deste contexto, o projecto também terá ligações à Suécia por meio de visitas a workshops.
A organização MAV foi fundada por Håkan Lewin e Johannes Landgren com Brittmo Bernhardsson e Ingemar Henningsson. A ideia original era de criar um concerto como protesto musical contra a violência crescente na sociedade. O resultado foi um concerto, composto principalmente de música afro-americana, mas também de música de outros compositores conta a violência. Vários músicos de todas as partes do mundo estão ligados à organização, e concertos contra a violência têm lugar na Rússia, nos EUA, na China, em Belarus, na América do Sul e na Europa do Sul. Em Gotemburgo cada ano no 24 de Outubro (o dia das Nações Unidas) há um concerto especificamente com este propósito. O projecto “Gaza singing for Peace” representa a primeira vez que a organização MAV está ativa no meio de um severo conflito político e militar. O conceito é de formar um conjunto composto de pessoas de várias tradições religiosas e de géneros diferentes. Trabalharão em conjunto e o resultado será u concerto, “Gaza singing for Peace”.A Music Against Violence foi fundada em 2005 e a ideia principal é a da utilizar a música como um meio de juntar as pessoas e formar um protesto contra a sociedade que se torna gradualmente cada vez mais violenta. Tanto a mensagem como a música em si juntam as pessoas em benefício de um mundo menos violento e um futuro pacífico.
A música provém principalmente da tradição afro-americana, na qual as palavras-chave são liberdade, não-violência, paz e gratidão pela vida. A mensagem original vem dos escravos norte-africanos, e o seu anseio pela liberdade da escravidão. Ao utilizar esta música noutro contexto, o projecto deseja enviar um sinal apontando para uma futura sociedade na qual a coexistência pacífica, independentemente das origens culturais ou religiosas, seja o único caminho para a frente. Existe uma grande necessidade de uma alternativa à violência e à vingança. A música pode ajudar a reduzir a pressão e a frustração que forma hoje em dia uma grande parte da vida quotidiana das crianças e da mocidade da zona, e poderia até ajudar a formular a esperança para o futuro. A colaboração dentro da área cultural e com trabalhadores estrangeiros de cultura é importante. A música ligada à uma mensagem de não-violência poderia juntar pessoas de meios culturais diferentes e formular a reconciliação em vez da violência. Poderia ser um pequeno passo para a paz.
Håkan Lewin and Johannes Landgren
Duke Ellington (1899-1974)
Black and Tan Fantasy
Kenny Graham (1924-1997)
Sunday
Duke Ellington
Come Sunday
Almighty God
It's Freedom
Thad Jones (1923-1986)
A Child is born
Duke Ellington
Somebody cares
Billy Strayhorn (1915-1967)
Lotus blossom/Thank You
Tradicional (arr. Håkan Lewin)
He's got the whole world in his hands
Participantes
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Johannes Landgren nasceu na Lapónia (Suécia do norte) em 1961. Iniciou os seus estudos na Escola de Música e Musicologia da Universidade de Göteborg em 1980. Em 1980 diplomou-se em música sacra e em 1987 recebeu o seu diploma em repertório para órgão e improvisação no órgão. Em 1990 terminou os seus estudos em pedagogia coral, e em Maio de 1997 defendeu a sua tese de doutoramento sobra a música para órgão de Petr Eben. Em anos recentes Landgren tem ensinado na Escola de Música da Universidade de Göteborg. Como organista e maestro tem dado tournées em muitos países na Europa e fez várias gravações em CD e transmissões radiofónicas na Suécia e no estrangeiro. Neste momento está a desenvolver pesquisa pós-doutoral na Faculdade das Artes na Universidade de Göteborg, onde também é professor de órgão na Academia de Música e Drama. Landgren é ativo como organista e maestro e tem participado em muitos concursos e festivais internacionais, ganhando vários prémios prestigiosos. Como maestro e organista, tem gravado para a rádio e a televisão na Suécia, na Bélgica, na Irlanda, na República Checa, na Alemanha, na Dinamarca, na Finlândia e na Estónia. Também gravou mais de 20 CD’s, incluindo música do renascimento, do barroco, e obras contemporâneas, que foram muito bem recebidos pela crítica. Com Håkan Lewin fez tournées aos Estados Unidos, à Rússia e a muitos países europeus, e fez gravações para rádio, televisão e CD. |
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Håkan Lewin é um saxofonista (tocando o saxofone alto) que transcende gêneros, embora as suas raízes sejam claramente no jazz. Com o organista Johannes Landgren, tem dito grande êxito tanto na Europa como nos EUA. O duo Lewin-Landgren colaborará nos anos vindouros com muitos músicos e agrupamentos internacionais interessantes. Em 2005 foram membros fundadores da organização “Music Against Violence”. Lewin recebu o Christer Boustedt Award em 2007, um dos prémios de jazz mais prestigiados da Suécia. Em Abril de 2009, o Duo Lewin-Landgren colaborou com a Sandviken Big Band e no outono do mesmo ano com outras big bands em arranjos especiais da música de Duke Ellington para órgão de tubos, saxofone e big band. Lewin tem tocado durante os anos com muitas estrelas internacionais, tais como Benny Bailey, Sahib Shihab, Thad Jones, Clark Terry e, durante muitos anos, o trompetista de Ellington, Willie Cook. Em 1987 Lewin representou a Suécia na Orquestra da European Radio Orchestra em Amiens, França. No início dos anos 1990, fez uma tournée na Estónia e tocou em Nijni-Novgorod na Rússia. Foi um dos membros inaugurais do primeiro Festival de Jazz de Nijny-Nogorod, e, segundo os organizadores, foi o primeiro músico de jazz ocidental a tocar na cidade. Na primavera de 1994 fez uma tournée na Argentina com o pianista estoniano Aldo Meristo, tocando em vários festivais. |
Notas ao Órgão
Igreja de São Martinho, Funchal
A referência documental mais antiga que conseguimos encontrar relativamente à existência de um órgão de tubos na Igreja Paroquial de São Martinho remonta a 1806. De acordo com um registo lançado pelo tesoureiro da Confraria de Nossa Senhora do Rosário, foi contratado, em 1806, um organista para afinar o órgão (ARM Confraria: 2), verificando-se outras informações mais tardias relacionadas com intervenções de manutenção.
No registo da despesa do ano de 1862, lançada no Livro da Fábrica (1834-1877), o Vigário José Rodrigues de Almada anotava a quantia de 200.000 réis para pagamento do órgão novo, especificando que 150.000 réis foram aplicados pela Fábrica da Igreja, 40.000 réis transitaram do valor que foi pago sobre o antigo órgão e 10.000 réis foram oferecidos, perfazendo assim o preço real do instrumento (ARM Fábrica 1834-1877: 27).
Através desta fonte não foi possível determinar em que condições o seu transporte foi efectuado, nem mesmo onde foi adquirido. O certo é que, em 1863, o órgão encontrava-se já na igreja, pois, nesse mesmo ano, o Padre João G. de Noronha era contratado para afinar o referido instrumento, recebendo pelo seu trabalho 2.000 réis (ARM Fábrica 1834-1877: 28).
Verificada a transferência da paróquia para a nova igreja, sagrada em 1918, o órgão foi então levado para o novo templo, onde funcionou até 1934. Conforme os registos encontrados no Livro da Fábrica (1877-1954), o órgão foi objecto de sucessivas intervenções de manutenção, sendo as intervenções mais dispendiosas realizadas em 1879 (pagamento de 38.000 réis a Nuno Rodrigues) e, em particular, em 1916, pela circunstância de se encontrar muito desafinado e com várias deficiências técnicas (ARM Fábrica 1877-1954: 22-25v.º).
Enquanto instrumento de acompanhamento e dignificação das celebrações religiosas, o órgão da Igreja de São Martinho terá participado nas diversas solenidades, tendo em 1917 sido registado no Livro da Fábrica uma receita de 10$700 “proveniente da contribuição do órgão nos festejos” (ARM Fábrica 1877-1954: 26).
Composição
Stop Diapason Bass (Sol1-si)
Stop Diapason Treble (dó1-fá3)
Principal
Flute
Dulciana
Johannes Landgren
Håkan Lewin