Domingo, 30 de outubro, 12h00 Missa dominical Missa dominical A esmagadora maioria da música para órgão solo ou para coro e órgão foi originalmente concebida para ser executada na liturgia. O Coro de Câmara da Madeira anima a missa dominical na Igreja de São João Evangelista (Colégio) e a Messe solennelle de Vierne surge mais uma vez neste festival. |
Participantes
Coro de Câmara da Madeira Foi fundado em 1971 no seio da antiga Academia de Música e Belas Artes da Madeira pela professora de canto Rennate von Schenkendorff. Durante os primeiros anos levou a cabo uma intervenção concertista concentrada na cidade do Funchal apresentando-se periodicamente em récitas coral-instrumentais. Em 17 de Abril de 1986 constitui-se a Associação Cultural Coro de Câmara da Madeira e em 1991 é-lhe atribuído o estatuto de Instituição de Utilidade Pública. Foi pioneiro na organização de intercâmbios artísticos entre diversas instituições culturais participando regularmente em festivais corais, dentro e fora do país, na qualidade de embaixador da Região. Neste momento apresenta-se a solo e em colaboração performativa com diversos músicos e agrupamentos distintos interpretando repertório diversificado, desde árias e partes corais de grandes óperas, a canções de cariz ligeiro. Participa regularmente nos momentos altos da vida pública da Região integrando as comemorações oficiais, através de concertos sacros de grandes obras coral-sinfónicas de compositores clássicos. Conta no seu currículo com a participação em produções integrais de ópera, opereta e teatro musical. Desde a sua fundação teve como diretores artísticos residentes: Rufino da Silva, Amador Cortez, José Pereira Júnior, João Victor Costa, Agostinho Bettencourt e, neste momento, Zélia Ferreira Gomes. O Coro de Câmara da Madeira desenvolve também uma importante atividade pedagógica de ensino e prática do canto coral para jovens e adultos, sejam eles experientes ou inexperientes. |
João Vaz Natural de Lisboa, João Vaz é diplomado em Órgão pela Escola Superior de Música de Lisboa, sob a orientação de Antoine Sibertin-Blanc, e pelo Conservatório Superior de Música de Aragão, em Saragoça, onde estudou com José Luis González Uriol, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. É também doutorado em Música e Musicologia pela Universidade de Évora, tendo defendido, sob a orientação de Rui Vieira Nery, uma tese sobre a música portuguesa para órgão no final do Antigo Regime. Tem mantido uma intensa actividade a nível internacional, quer como concertista, quer como docente em cursos de aperfeiçoamento organístico, ou membro de júri de concursos de interpretação. Efetuou mais de uma dezena de gravações discográficas a solo, salientando-se as efectuadas em órgãos históricos portugueses. Como executante e musicólogo tem dado especial atenção à música sacra portuguesa, fundando em 2006 o grupo Capella Patriarchal, que dirige. O seu trabalho de edição musical, objecto de publicação em Portugal e em Espanha, abrange obras conservadas em diversas bibliotecas e arquivos nacionais. Leciona atualmente Órgão na Escola Superior de Música de Lisboa. É atualmente diretor artístico do Festival de Órgão da Madeira e das séries de concertos que se realizam nos seis órgãos da Basílica do Palácio Nacional de Mafra (de cujo restauro foi consultor permanente) e no órgão histórico da Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa (instrumento cuja titularidade assumiu em 1997). |
Halyna Stetsenko Formou-se no Conservatório Estatal Tchaikovsky de Kyiv, capital da Ucrânia, onde estudou entre 1975 e 1980 com os professores Galina Bulybenko e Mykola Suk, tendo obtido o Diploma Superior de órgão e piano. Entre 1980 e 1994 leccionou na Escola Profissional Especial para jovens músicos talentosos. Apresentou-se como solista e em grupos de música de câmara, inclusive com o Trio Stetsenko, em várias cidades da Ucrânia, como também na Bélgica e França. Em 1998 participou no Simpósio de Órgão decorrido na Região Autónoma dos Açores. Entre 1996 e 1999 foi pianista acompanhadora em várias Master-Classes de Felix Andrievsky e de Zakhar Bron em Espanha e Portugal. No Ano de 2003 participou no Congresso Internacional «O Órgão e a Liturgia Hoje» que decorreu em Fatima. No Ano 2009 participou na Master-Classe orientada pelo organista Jose Luis González Uriol em Lisboa. Apresentou-se nas Temporadas de Música de Câmara, organizadas pela Orquestra Clássica da Madeira. Desde 1995 lecciona Órgão e Piano no Conservatório-Escola Profissional das Artes da Madeira. |
Zélia Gomes Doutorada em Ciências do Trabalho, área da Psicologia Social, pela Universidade de Cádiz, Espanha; Diploma de Estudos Avançados em Ciências do Trabalho, área da Psicologia Social, pela Universidade de Cádiz, Espanha; Mestrado em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico; Licenciatura em Administração e Gestão Escolar pelo Instituto Superior de Ciências Educativas (ISCE) de Odivelas; Profissionalização em Serviço pela Universidade da Madeira - Centro Integrado de Formação de Professores; Diplomada com o Curso Superior de Canto e Concerto pelo Conservatório de Música da Madeira. Entre 2008 e 2011, lecionou a disciplina de Técnica Vocal na Licenciatura em Educação Musical no Instituto Superior de Ciências Educativas (ISCE) de Odivelas; A partir de 1990/91 é Professora de Canto/Canto Coral e Diretora Artística dos Coros Infantil, Juvenil e EVRP na DSEAM; A partir de 2001 obteve o cargo Diretora Artística do Coro de Câmara da Madeira; entre 1990 a 2000 foi Diretora Artística do Grupo Coral do Estreito de Câmara de Lobos; 1998/99 a 2001/02 lecionou a disciplina de Canto no Conservatório de Música da Madeira - Ensino Artístico (CEPAM) e Diretora Artística do Coro Juvenil do CEPAM. Tem realizado numerosos concertos nomeadamente na RAM, Porto Santo, Portugal continental, Espanha e Eslovénia. |
Notas ao Órgão
Igreja de São João Evangelista (Colégio), Funchal
Este instrumento, com os seus 1586 tubos sonoros, integra-se num espaço sagrado de características bem particulares. Tratando-se de uma igreja de arquitectura típica dos colégios jesuítas, com uma nave de admirável amplitude e com acústica bastante amena, o órgão tinha de ser concebido, especialmente no que diz respeito às medidas dos tubos, com cuidado muito especial e singular. Assim, toda a tubaria deste instrumento, talhada em medidas largas, ecoa com intensa profundidade, e cada registo emite uma sonoridade com personalidade própria, fazendo parte de um conjunto harmónico mais baseado em sons fundamentais e menos em timbres resultantes dos harmónicos. Entendeu-se que seria indispensável doar este instrumento de uma certa “latinidade” sonora capaz de favorecer a execução de música antiga das escolas italiana, espanhola e portuguesa dos séculos XVII e XVIII.
Outro aspecto tomado em conta foi a necessidade de complementar o panorama organístico actual e local: o novo grande órgão presta-se, de uma forma ideal, para a realização de obras de épocas e de exigências técnico-artísticas para as quais nenhum dos 24 instrumentos históricos da Madeira oferece as condições adequadas, valorizando, para além disso, o conjunto do património organístico da Ilha da Madeira através da sua própria existência neste particular espaço sagrado, bem como por meio da sua convivência com os espécimes históricos. Na própria decisão de o colocar na Igreja do Colégio foram tomados em conta não apenas o espaço acústico, estético e litúrgico, mas também o facto de nele existir um importante órgão histórico que faz parte do rol dos instrumentos actualmente em via de serem restaurados.
I Manual - Órgão Principal (C-g’’’)
Flautado aberto de 12 palmos (8’)
Flautado tapado de 12 palmos (8’)
Oitava real (4’)
Tapado de 6 palmos (4’)
Quinzena (2’)
Dezanovena e 22ª
Mistura III
Corneta IV
Trompa de batalha* (mão esquerda)
Clarim* (mão direita)
Fagote* (mão esquerda)
Clarineta* (mão direita)
II Manual - Órgão Positivo (C-g’’’)
Flautado aberto de 12 palmos (8’)
Tapado de 12 palmos (8’)
Flautado aberto de 6 palmos (4’)
Dozena (2 2/3’)
Quinzena (2’)
Dezassetena (1 3/5’)
Dezanovena (1 1/3)
Címbala III
Trompa real (8’)
Pedal (C-f’)
Tapado de 24 palmos (16’)
Bordão de 12 palmos (8’)
Flautado de 6 palmos (4’)
Contrafagote de 24 palmos (16’)
Trompa de 12 palmos (8’)
Acoplamentos
II/I
I/Pedal
II/Pedal
* palhetas horizontais