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novo orgao se tecladoDomingo, 29 de outubro, 11h00 
Sé do Funchal 


Missa Dominical 
André Ferreira, órgão 
Ensemble São Tomás de Aquino 
João Andrade Nunes, direção 


Missa dominical 

Pe. Ignácio Rodrigues celebrante

A esmagadora maioria da música para órgão solo ou para coro e órgão foi originalmente concebida para ser executada na liturgia. O novo órgão da Sé do Funchal e o repertório de Manuel Rodrigues Coelho e dos polifonistas portugueses cumprem a primeira missão para a qual foram concebidos: a liturgia. A par da música litúrgica dos nossos dias, o repertório sacro lusitano maneirista sublinha neste dia a celebração eucarística dominical da catedral funchalense.


Participantes


 

Andre FerreiraAndré Ferreira

André Ferreira é licenciado em Órgão pelo Real Conservatório de Amesterdão, onde estudou com Jacques van Oortmerssen, tendo igualmente a oportunidade de trabalhar com Pieter van Dijk. Concluiu o mestrado em Órgão na Escola Superior de Música de Lisboa (ESML), sob a orientação de João Vaz. Iniciou os seus estudos de órgão com António Esteireiro no Instituto Gregoriano de Lisboa, continuando posteriormente com Jos van der Kooy no Conservatório de Haia. O gosto pela Música Antiga levou-o ao estudo de oboé barroco, com Maria Petrescu, sendo presentemente aluno de licenciatura da classe de Pedro Castro, na ESML. Como solista ou integrado em diversos agrupamentos musicais, já efetuou recitais em Portugal, Espanha, Itália e Holanda. Colabora como organista com a Paróquia de São Tomás de Aquino e com a Paróquia de Santa Maria de Belém (Mosteiro dos Jerónimos) em Lisboa. No ano lectivo 2016/2017 lecionou no Conservatório Regional de Ponta Delgada, Açores. É professor de Órgão na Escola Diocesana de Música Sacra do Patriarcado de Lisboa. É licenciado em Matemática Aplicada e Computação pelo Instituto Superior Técnico.

Ensemble S. Tomas AquinoEnsemble São Tomás de Aquino

Residente na Igreja de São Tomás de Aquino, em Lisboa, o Ensemble São Tomás de Aquino constitui-se como um grupo de composição variável formado por jovens músicos profissionais. Criado em Setembro de 2015 por João Andrade Nunes, o Ensemble São Tomás de Aquino tem procurado apresentar, em âmbito litúrgico – momento por excelência da execução de repertório sacro – diversas obras de Marc Antoine Charpentier, Wolfgang Amadeus Mozart, Joseph Haydn, entre outros. O repertório interpretado abrange desde o canto gregoriano até ao século XXI. O Ensemble, em paralelo com a sua função litúrgica, apresenta-se regularmente em concerto, tendo recentemente, executado a Missa em si menor BWV 232 de Johann Sebastian Bach.

Joao Andrade NunesJoão Andrade Nunes

Nascido no Sabugal, em 1990, iniciou os seus estudos em saxofone no Conservatório de Música Pedro Álvares Cabral - Belmonte, em 1999, com apenas 9 anos de idade, na classe do professor Carlos Canhoto. Finalizou o curso supletivo complementar de saxofone no Conservatório de Música São José, na Guarda, com a classificação de 19 valores. Como saxofonista e em música de câmara trabalhou, em regime masterclass com Mario Marzzi, Claude Delangle, Christian Lauba, Richard Ducros, Marialena Fernandes, João Vaz, Nuno Inácio, Pavel Gomziakov, Olga Prats, entre outros. Foi-lhe atribuído o 3º Prémio na Categoria Juvenil no Concurso Internacional de Saxofones de Palmela, 2005. Participou em diversos projetos de divulgação de música contemporânea, nomeadamente nos projetos Peças Frescas e Festival de Música de S. Luiz. É membro fundador do grupo Entre Madeiras Trio, grupo de música contemporânea com discografia lançada. Desde janeiro de 2008 que integra os quadros da Banda da Armada Portuguesa. É licenciado em Música, desde 2011 – variante saxofone –, pela Escola Superior de Música de Lisboa. Foi o primeiro professor de saxofone no projeto “Orquestra Geração” – Escola de Música do Conservatório Nacional. Como compositor, tem desenvolvido a sua obra, sobretudo, no âmbito de Música Sacra. Como maestro, colabora na Igreja de São Tomás de Aquino, em Lisboa, onde fundou o Ensemble São Tomás de Aquino, em 2015.


Notas ao Órgão


 

novo orgao seSé do Funchal (Choir organ)
Dinarte Machado, 2017

O novo órgão de coro da Sé do Funchal resultou de uma iniciativa Cabido da Sé, no sentido de dotar a Catedral de um instrumento fundamentalmente virado para as necessidades atuais do serviço litúrgico, mas simultaneamente apto para recitais e outros eventos de natureza não especificamente litúrgica. O órgão foi instalado no transepto sul, junto do altar e do coro (enfatizando a sua eminente vocação litúrgica), mas pode rodar sobre um eixo e ficar virado para nave central.

O desenho da caixa, da autoria do organeiro Dinarte Machado, resulta de uma interpretação livre dos arcos ogivais da Sé e a maioria dos elementos decorativos faz referência a aspectos religiosos (nomes de santos) ou tradicionais (cestos de vime).

O órgão, cuja versão final resultou do diálogo entre o organeiro e o Mestre de Capela da Sé, Pe. Ignácio Rodrigues, possui dezasseis registos, distribuídos por dois teclados e pedaleira. A harmonização de todos aqueles registos teve em conta não só as múltiplas funções do instrumento, mas sobretudo a adaptação à acústica do templo.

A conceção fónica é profundamente original, não sendo feito à imagem de outro congénere, nem identificado com uma época ou estilo. Pretendeu-se que, usando da sua diversidade tímbrica e explorando as suas capacidades, os organistas pudessem fazer ouvir este instrumento em repertório de várias épocas e compositores, assim como incentivar os compositores atuais para usarem da sua criatividade e novas obras. Esta foi a visão do seu construtor, Dinarte Machado, que considera que o órgão «oferece toda a liberdade a um organista, enquanto improvisador».

I Manual – Órgão principal (C – g’’’)
Flautado 12 aberto [8’]
Flauta em 12 [8’]
Oitava real [4’]
Quizena [2’]
Mistura III vozes

II Manual – Órgão expressivo (C – g’’’)
Flautado 12 tapado [8’]
Viola da gamba [8’]
Flauta de chaminé [4’]
Dozena [2 2/3’]
Quinzena nazarda [2’]
Dezassetena [1 3/5’]
Dezanovena [1 1/3’]
Clarinete [8’]

Pedal (C – f’)
Flautado de 24 tapado [16’]
Flauta [8’]
Baixão [16’]

Acoplamentos
I - P
II - P
II - I