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The 9th Organ Festival of Madeira

The 9th Madeira Organ Festival - which will take place between October 19th and 28th, with 11 concerts in 10 churches/convents, involving 4 municipalities - is, once again, based on a diversified program that, having as its main goal the promotion of the organistic heritage in the Region, it is also a touristic-cultural reference, considered, in fact, as one of the best Organ Festivals in the Iberian Peninsula.

A Festival that simultaneously promotes the built heritage of religious character where these instruments are found and fosters, among the resident and visiting public, the interest for a different musical genre.

As part of the Commemorations of the 600th Anniversary of the Discovery of our Islands, this Festival's 9th edition is enriched in its contents, renewed in its theme and, for the first time, decentralized to Porto Santo, under the theme "Six Centuries of Organ Music". It also presents, for the first time, a training component in the form of master classes and interaction with the community, which will naturally strengthen its approach to the public and its consequent affirmation.

The integration of the 600 Years and the fact that we are programming exclusive concerts for each century has given this cultural event a greater richness, diversity, and differentiation that is naturally expected to be met by the public that is already loyal to this initiative, but also by new audiences - whether tourists or residents - who want, during this week, to live a different cultural experience in our destination.

Given the history of this achievement and the growing demand that has been manifested in its previous editions, we believe that the new features introduced this year will serve to enhance it even more as an integral part of the cultural offer of quality that is available in the region, but also as a poster of excellence that has been conquering our tourists and that should, therefore, consolidate itself as a unique reference on the national and European scene.

And since this is a Project that results from several synergies, I would like to thank, in a very grateful way, the collaboration that has been maintained with the Diocese of Funchal and the total availability of all Churches involved. I also acknowledge the dedication and professionalism of Professor João Vaz, artistic director of the Madeira Organ Festival, who has contributed a lot not only to the evolution of this event but also to the promotion of knowledge and greater appreciation of the regional organ heritage.

- Paula Cabaço -
Regional Secretary of Tourism and Culture

IX Festival de Órgão da Madeira
Seis séculos de música para órgão

Associando-se à celebração dos seiscentos anos da descoberta das ilhas da Madeira e Porto Santo, o Festival de Órgão da Madeira apresenta em 2018 uma programação que evoca o percurso da História da Música ao longo desses seis séculos. Na época em que as embarcações portuguesas avistaram pela primeira vez o arquipélago madeirense, o órgão – que tinha vindo a ser introduzido na Igreja Católica a partir do século XIII – começava a afirmar-se como um instrumento com repertório próprio. Datam, com efeito, do século XV as primeiras fontes escritas, como é o caso do Buxheimer Orgelbuch ou da Amerbach Tablatur. Desde então, a produção de música para órgão tem sido uma constante ao longo da história da música, adaptando-se – tal como a morfologia dos próprios instrumentos – às tendências musicais de cada época.

A presente edição do Festival de Órgão da Madeira conterá, assim, uma programação que se estende desde o século XV até aos nossos dias, dedicando cada concerto a um século distinto. A jovem organista Catalina Vicens, que tem afirmado como uma das especialistas na execução de música do século XIV e XV, apresentará um repertório com algumas das mais antigas obras para órgão, usando não só uma reconstituição de um organetto – ou órgão portativo – como também os órgãos históricos das igrejas da Ponta do Sol e do Recolhimento do Bom Jesus no Funchal. A portabilidade do organetto permitirá que o Festival de Órgão da Madeira se desloque pela primeira vez ao Porto Santo. No século XVI é produzida a mais antiga fonte ibérica de música para órgão – a Arte novamente inventada pera aprender a tanger de Gonçalo de Baena, impressa em Lisboa em 1540 – que o organista francês Bruno Forst apresentará no precioso órgão histórico da Igreja de Machico, no contexto de um programa dedicado à música ibérica contemporânea daquela publicação. O século XVIII, uma das épocas mais prolíficas da história da música, estará presente através da incontornável figura de Johann Sebastian Bach, a quem é dedicado um recital na igreja de São João Evangelista (Colégio) pelo organista holandês Matthias Havinga. O peso que teve a presença britânica na Madeira ao longo do século XIX traduz-se, entre outras coisas, pelo número de órgãos ingleses ainda hoje existentes na ilha. As igrejas de Porto da Cruz e de São Pedro no Funchal (ambas possuidoras de órgãos ingleses oitocentistas) reviverão o repertório para voz e órgão praticado em Inglaterra nessa época, pela soprano Cecília Rodrigues e pelo organista Sérgio Silva. O século XX marca uma época especial no que diz respeito à música para órgão, uma vez que, para além da produção dos organistas-compositores, surgem várias obras de outros compositores (não organistas) que se interessam pelo universo sonoro do órgão. Um dos casos mais evidentes é o Concerto para órgão, cordas e tímpanos de Francis Poulenc (escrito em 1938), que será interpretado pelo organista francês Vincent Dubois e pela Orquestra Clássica da Madeira. Embora frequentemente associado ao passado, o órgão continua a ser um instrumento atual. Esta ligação entre o passado e o presente será assinalada com um programa de obras contemporâneas para vozes e órgão baseadas em melodias gregorianas, incluido a estreia absoluta de Alma Redemptoris Mater do Pe. Ignácio Rodrigues, atual Mestre de Capela da Sé do Funchal.

A programação do 9º Festival de Órgão da Madeira, oferecerá um panorama de seis séculos de música, assim como uma viagem pelo rico e variado património organístico madeirense, ele próprio testemunho das transformações culturais que se operaram ao longo da história do do arquipélago.

— João Vaz —
Diretor Artístico