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Banner2Edicao2022PT

16e17out2022Domingo, 16 de outubro de 2022 – 18h00; 
Ponta do Sol, Igreja de Nossa Senhora da Luz; 

Segunda-feira, 17 de outubro de 2022 – 21h30; 
Funchal, Igreja do Recolhimento do Bom Jesus; 


Ministriles de Marsias
Javier Artigas, órgão; 


A due bassi – Música para dois instrumentos graves entre 1600 e 1800

Os menestréis – instrumentistas de sopro – foram responsáveis por grande parte da música praticada nas catedrais da Península Ibérica durante os séculos XVI e XVII. Estes mesmos músicos tocavam ao ar livre nas procissões e, muitas vezes, animavam as ruas na sequência das cerimónias religiosas. Esta constante interligação entre o sagrado e o mundano é ilustrada neste concerto, através do som dos baixões e dos pequenos órgãos históricos do Convento do Bom Jesus no Funchal e da igreja da Ponta do Sol.


GIROLAMO FRESCOBALDI
Canzona prima a due bassi «detta la Marina»
(Il primo libro delle canzoni ad una, due, trè, e quattro voci, 1628)
Partite sopra lamonicha *
(Toccate e partite d’intavolatura di cimbalo et organo, Libro primo, 1616)

PHILIPP FRIEDRICH BÖDDECKER (1607-1683)
Sonata sopra la Monica. Fagotto solo.
(Sacra partitura, 1651)

BARTOLOMÉ DE SELMA Y SALAVERDE (c.1595-1638)
Fantasia per fagotto solo.
(Primo libro di canzoni, fantasie & correnti, 1638)

ANTONIO VALENTE (fl.1565-1580)
La Romanesca *
lo ballo dell'Intorcia *

BARTOLOMÉ DE SELMA Y SALAVERDE
Canzon a 2. Basso e Soprano.
(Primo libro di canzoni, fantasie & correnti, 1638)

DOMENICO SCARLATTI (1685-1757)
Sonata em Ré maior in D K. 288 *

RAMÓN FERREÑAC (1763-1798)
Rondo con variaciones *

ANÓNIMO (Archivos de las Catedrales de Zaragoza)
Verso de bajones con órgano obligado

ANTONIO MARTÍN Y COLL (1671-1734) *
Tamborilero

ANÓNIMOS (Libro de clavicímbano de Francisco Tejada, 1721)
Gitanilla
Tonadilla de Navidad
Marizápalos
Folias de España *

FABRITIO CAROSO (c. 1527-c.1605)
Canarios con sus glosas

* Órgão solo


MINISTRILES DE MARSIAS
Josep Borràs e Fernando Sánchez
, baixões e baixõezinhos
Javier Artigas, órgão


MinistrilesMarsias2022Ministriles de Marsias

Ministriles de Mársias é um verdadeiro conjunto de menestréis, nome dado aos instrumentistas de sopro nas capelas das catedrais. O nome do grupo refere-se à disputa entre o civilizado Apollo com a sua harpa e o bárbaro menestrel Mársias soprando na tibia. Essa competição entre as cordas e instrumentos de sopro foi evocada por Monteverdi e outros contemporâneos ao instrumentar as suas obras para referir a capacidade dos menestréis para imitar e apoiar a voz humana. Fernando Sánchez, que fundou o ensemble Ministriles de Marsias juntamente com o renomado cornetista Paco Rubio, colabora assiduamente com orquestras e grupos especializados em interpretação historicamente informada e dedica-se à interpretação da música, desde o Renascimento aos nossos dias, utilizando sempre instrumentos e técnicas inerentes a cada época. Josep Borràs é doutorado pela Universidade Autónoma de Barcelona com um trabalho aclamado sobre a crise hispânica, integrou os grupos Hesperion XX e Le Concert des Nations (Jordi Savall) e é professor de fagote e fagote barroco no Curso Internacional de Música Antígua de Daroca desde 1989 e da classe de fagotes históricos da Escola Superior de Música de Catalunha, onde ocupou o cargo de director do departamento de Música Antiga desde sua fundação em 2001 e é atualmente director da Escola.


JavierOrtigas2022Javier Artigas

Javier Artigas estudou Órgão e Cravo, sob a orientação de José Luis González Uriol, havendo conquistado o Prémio Extraordinário de Fim de Curso. Posteriormente aperfeiçoou-se junto de Radulescu, Torrent, Schnorr, Alain, Rogg e Houbard, entre outros. Na qualidade de solista, actua regularmente em festivais que têm lugar em Espanha e noutros países da Europa, da Ásia e da América, e, em música de câmara, já se apresentou com os agrupamentos Ministriles de Marsias, Il Trio Galante, Ensemble 415 e La Oropéndola. Entre os seus registos fonográficos contam-se Tañer con Arte, premiado com cinco estrelas pela revista Goldeberg, e, como musicólogo, deve-se-lhe a nova edição e transcrição das obras para teclado de Jusepe Jiménez e de Frei Juan Bermudo. Javier Artigas desempenha actualmente as funções de director do Departamento de Música Antiga e catedrático de Órgão e Cravo no Conservatório Superior de Múrcia, bem como as de professor convidado do Departamento de Música Antiga da ESMUC (Barcelona) e de director técnico do Festival de Música Antiga de Daroca e das Jornadas Internacionais de Órgão de Saragoça. É também responsável pela conservação e restauro do património organístico da Região de Múrcia, de onde se destaca o Grande-Órgão Merklin-Schütze (1854).